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3ª edição do curso de alimentação escolar capacita mais de 2 mil profissionais

Curso da Cooperação Internacional Brasil-FAO foi oferecido a Colômbia, Guatemala, Peru e República Dominicana

Brasília, Brasil, 19 de agosto de 2022. A sessão de encerramento da terceira versão do curso Alimentação Escolar como Estratégia Educacional para uma Vida Saudável contou com a presença de altas autoridades dos quatro países participantes – Colômbia, Guatemala, Peru e República Dominicana -, os parceiros da Cooperação Internacional Brasil-FAO e mais de 1.200 estudantes conectados. O evento foi transmitido online e teve até momentos emocionantes ao final.

Paola Barbieri, analista de projetos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), na abertura do evento, destacou a importância de como as ações do curso promoveram a formação e fomentaram o intercâmbio experiências de capacitação. “Posso garantir que essa causa será sempre uma prioridade e agradecemos a todos que participaram. Convido vocês a continuar trabalhando conosco.”

Representando o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Luciana Gottschall parabenizou os estudantes e disse que treinamentos são de grande relevância para uma melhor execução da política de alimentação escolar. “A escola é um espaço muito privilegiado para a implementação de ações de educação alimentar e nutricional (EAN) e para a promoção do desenvolvimento sustentável.”

Daniela Godoy, oficial de segurança alimentar da FAO, destacou que 56 milhões de pessoas passaram fome no ano de 2021, que a insegurança alimentar continua a prevalecer na região e está acima da média mundial. Ela destacou o papel da alimentação escolar, não apenas na garantia de alimentos, mas também na promoção de sistemas alimentares mais saudáveis ​​e sustentáveis.

Israel Ríos, oficial de nutrição da FAO, disse que uma das conquistas mais importantes do trabalho da Cooperação Internacional Brasil-FAO em alimentação escolar, realizado desde 2009, foi a mudança de paradigma de uma perspectiva assistencialista para uma política que garanta o direito humano à alimentação.

Najla Veloso, coordenadora do projeto Consolidação dos Programas de Alimentação Escolar na ALC, agradeceu à FAO ao dizer que esta instituição é a ponte que permite chegar a lugares onde não seria possível. “Somos uma corrente e por isso chamamos esse esforço de estarmos juntos de rede, de estarmos movimentando tudo o que está acontecendo em termos de construção da alimentação escolar que sonhamos para nossos estudantes”.

Najla também apresentou os dados do trabalho ao longo dos 13 anos de Cooperação entre países neste tema. Foram desenvolvidos 15 cursos semipresenciais e virtuais, 200 eventos, seminários, workshops, webinars e intercâmbios, atingindo mais de 42 mil pessoas em 19 países.

A aula magna de encerramento do curso foi apresentada por Manuela Cuvi, oficial jurista da FAO, que falou sobre o papel dos marcos legais para a política de alimentação escolar. Manuela recomendou um olhar abrangente sobre as leis e mencionou conquistas obtidas pelos marcos legais da região, como aumento das matrículas, redução da evasão escolar, compra de produtos de pequenos produtores e desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais. “Os marcos legais precisam ser harmonizados para permitir que os diferentes objetivos sejam alcançados e possam ser abordados por uma ampla variedade de políticas.” Ela concluiu dizendo que um marco regulatório é um conjunto de instrumentos e que “as leis devem ser políticas de Estado e não políticas de Governo”.

Mariana Escobar, representante da FAO no Peru, disse que há muitas evidências mostrando como os programas de alimentação escolar têm sido fundamentais, especialmente na pandemia, devido à garantia de acesso aos alimentos, apesar das quarentenas prolongadas e da crise sanitária, secas, incêndios e furacões. “É urgente manter e fortalecer sempre os canais que garantem o direito à alimentação. E nesse sentido, os PAE são privilegiadamente o instrumento a ser escolhido por parte dos governos”.

Para Mariana Escobar, este esforço de formação contribui substancialmente para o desenvolvimento de políticas públicas em torno da AE e inovações nesta área. “Comunidades de conhecimento e troca de experiências entre países são geradas por meio desses cursos, o que permite avançar em redes de cooperação horizontal que, esperamos, possam ser sustentadas ao longo do tempo”.

Curso

Milagros Espinoza, coordenadora da 3ª versão do curso, disse que um diferencial foi a interação com os estudantes, principalmente na escuta das demandas e nos encontros internacionais que reuniram executores da política de alimentação escolar dos quatro países. 

“O curso termina aqui, mas nosso compromisso com a alimentação escolar continua”, disse ela, convidando os participantes a acessar o site da Rede de Alimentação Escolar Sustentável – www.redraes.org. Os tutores Alejandra Brunet e David Pastrana também deram suas últimas palavras aos estudantes, agradecendo o interesse e empenho em terminar a atividade, apesar da grande carga de trabalho que todos enfrentam.

Países

“Os objetivos alcançados permitem o fortalecimento das capacidades dos profissionais das áreas de nutrição, educação, saúde e agricultura, para o desenvolvimento e implementação de programas de alimentação escolar”, disse Fredy Hinojosa, representante do Programa Nacional de Alimentação Escolar Qali Warma, do Peru. Para ele, a articulação entre todos os atores que participam da prestação do serviço de alimentação é extremamente importante.

Da Guatemala, Vilma Hernández, Vice-Ministra da Educação, agradeceu a oportunidade de capacitar os profissionais do país, reconhecendo a importância do intercâmbio de conhecimentos e experiências. “É um fator essencial para a qualidade do programa não só para o nosso país, mas para todos os países da América Latina. Sabemos que o curso fortalece o conhecimento em segurança alimentar e nutricional e será um grande apoio para continuarmos criando ambientes saudáveis ​​em nossas escolas”.

Por sua vez, Juan David Vélez, da Unidade Alimento para Aprendizagem – UAPA, da Colômbia, destacou a participação de 559 colombianos e a articulação em favor dos beneficiários do programa de alimentação escolar. Mencionou que os profissionais e técnicos são responsáveis ​​por fazer essa política funcionar e elevar sua qualidade, agradecendo aos organizadores do curso e aos estudantes.

Em nome do Instituto Nacional de Bem-Estar Estudantil – INABIE da Rep. Dominicana, Yomaira Tejada destacou as ações de formação como este curso. “Isso nos dá ferramentas para mudar os sistemas alimentares, para que possamos garantir o acesso a alimentos saudáveis, seguros e sustentáveis.”

Emoção

Ao final, Najla Veloso, coordenadora do projeto de alimentação escolar da Cooperação Brasil-FAO, fez uma reflexão sobre a importância da compartilhar conhecimentos e experiências. “A forma mais bonita de ser solidário é colocar nas mãos dos outros o que aprendemos com as oportunidades da vida. O conhecimento é a chave que muda a vida humana para tudo o que se deseja alcançar”, disse. “Aprender muda não só quem aprende, muda a vida de todos que podem passar pelas pessoas que aprenderam.”