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Artigo: Alimentação escolar para todas as pessoas

Mais de 85 milhões de estudantes são beneficiados pelos programas de alimentação escolar na América Latina e Caribe

Rafael Zavala* e Najla Veloso**

Com o agravamento da crise econômica e da insegurança alimentar ocasionadas pela pandemia, ficou ainda mais clara a importância de políticas e estratégias de proteção social e de garantia do direito humano à alimentação. A cada nova divulgação de dados sobre a fome e a má nutrição em todas as suas formas — deficiência de nutrientes, o sobrepeso e a obesidade, nos deparamos com a difícil realidade de que cerca de 113 milhões de pessoas não tiveram acesso a uma alimentação saudável na América Latina e no Caribe.

Esse dado preocupa ainda mais quando olhamos para as crianças e adolescentes, que, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), enfrentam altas taxas de sobrepeso na América Latina e no Caribe. Atualmente, três em cada 10 crianças e adolescentes entre os cinco e 19 anos sofrem de sobrepeso na região.

Nesse cenário, os programas de alimentação escolar, quando bem executados, garantem o acesso a alimentos saudáveis e fomentam bons hábitos alimentares para os estudantes e suas famílias.

Celebramos em 10 de março o Dia Internacional da Alimentação Escolar para reforçar que só no Brasil a população estudantil alcança quase 41 milhões de estudantes beneficiados diariamente. Esse número representa quase metade dos 85 milhões de estudantes atendidos pelos programas de alimentação escolar em toda a região.

A política de alimentação escolar, presente em mais de 30 países da América Latina e do Caribe, atende entre 20% e 25% das populações e, por suas implicações positivas, tem estimulado que o governo do Brasil, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cooperem com os governos nacionais para fortalecer os programas de alimentação escolar de modo sistêmico na região.

A experiência, iniciada em 2009, reflete mais de uma década de cooperação internacional da FAO com o governo do Brasil, tem por referência a organização e estrutura do Pnae, executado pelo FNDE/MEC, evidenciando o virtuoso círculo que movimenta educação, segurança alimentar e nutricional, saúde e desenvolvimento social em vários países da América Latina e Caribe.

Uma das lições da pandemia é que os programas de alimentação escolar que priorizaram o abastecimento de produtos agrícolas locais conseguiram continuar a levar alimentos aos estudantes e às suas casas por meio da distribuição de kits de alimentos a famílias. Em vez de oferecer somente produtos secos e não perecíveis, foi garantido o acesso a ovos, frutas, tubérculos entre outros alimentos saudáveis. Em muitos países, persiste o desafio de melhoria da qualidade da alimentação escolar, uma vez que ainda há distribuição de alimentos processados, comprados de locais distantes, sem priorizar a aquisição de produtos frescos, como frutas e verduras, no nível local.

E para fortalecer ainda mais esse importante trabalho no contexto de pandemia é que atua a Rede de Alimentação Escolar Sustentável (Raes), facilitando a construção coletiva, o intercâmbio de experiências, o diálogo e o desenvolvimento de capacidades. Lançada em 2018, a Raes, promovida pelo governo do Brasil com o apoio da FAO, vem unindo os países em torno da alimentação escolar, promovendo o diálogo e avanços em nível regional e nacional. Para ampliar suas capacidades de intercambiar lições aprendidas e intensificar as ações regionais, a Rede lançou uma plataforma online trilíngue: www.redraes.org.

A Raes trabalha numa perspectiva rizomática. Tal como os pequenos caules subterrâneos de uma planta que acumulam substâncias nutritivas, essa rede tem se nutrido, acumulado e permitido o compartilhamento de boas práticas e reflexões entre gestores, gerando esforços e mudanças rumo à sustentabilidade da alimentação escolar em cada um dos países.

A experiência, iniciada em 2009, reflete mais de uma década de cooperação internacional da FAO com o governo do Brasil, tem por referência a organização e estrutura do Pnae, executado pelo FNDE/MEC, evidenciando o virtuoso círculo que movimenta educação, segurança alimentar e nutricional, saúde e desenvolvimento social em vários países da América Latina e Caribe.

Uma das lições da pandemia é que os programas de alimentação escolar que priorizaram o abastecimento de produtos agrícolas locais conseguiram continuar a levar alimentos aos estudantes e às suas casas por meio da distribuição de kits de alimentos a famílias. Em vez de oferecer somente produtos secos e não perecíveis, foi garantido o acesso a ovos, frutas, tubérculos entre outros alimentos saudáveis. Em muitos países, persiste o desafio de melhoria da qualidade da alimentação escolar, uma vez que ainda há distribuição de alimentos processados, comprados de locais distantes, sem priorizar a aquisição de produtos frescos, como frutas e verduras, no nível local.

E para fortalecer ainda mais esse importante trabalho no contexto de pandemia é que atua a Rede de Alimentação Escolar Sustentável (Raes), facilitando a construção coletiva, o intercâmbio de experiências, o diálogo e o desenvolvimento de capacidades. Lançada em 2018, a Raes, promovida pelo governo do Brasil com o apoio da FAO, vem unindo os países em torno da alimentação escolar, promovendo o diálogo e avanços em nível regional e nacional. Para ampliar suas capacidades de intercambiar lições aprendidas e intensificar as ações regionais, a Rede lançou uma plataforma online trilíngue: www.redraes.org.

A Raes trabalha numa perspectiva rizomática. Tal como os pequenos caules subterrâneos de uma planta que acumulam substâncias nutritivas, essa rede tem se nutrido, acumulado e permitido o compartilhamento de boas práticas e reflexões entre gestores, gerando esforços e mudanças rumo à sustentabilidade da alimentação escolar em cada um dos países. 

*Rafael Zavala é Representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil

**Najla Veloso é coordenadora do projeto regional de alimentação escolar da Cooperação Internacional Brasil-FAO 

Artigo originalmente publicado nos jornais Correio Braziliense (DF) e Diário do Nordeste (CE)