Programa de alimentação escolar do Brasil é um dos maiores do mundo e tornou-se referência internacional
O Brasil celebra nesta segunda-feira, 21 de outubro, o Dia Nacional da Alimentação Escolar e tem muito a comemorar: o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é considerado uma referência mundial. Por ano, essa política fornece 10 bilhões de refeições. Diariamente, são servidas 50 milhões de refeições, o que beneficia 40 milhões de estudantes, de 150 mil escolas brasileiras.
O PNAE é executado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia do MEC. O programa oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública. O FNDE repassa os valores diretamente aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal, com base no número de estudantes identificados no Censo Escolar do ano anterior.
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Para isso, os entes federados devem estar adimplentes com as prestações de contas, ter nutricionista responsável-técnico pelo programa e constituir um Conselho de Alimentação Escolar (CAE). Estados e municípios também são responsáveis pelo planejamento, pela organização orçamentária e pela elaboração do cardápio.
Além disso, devem realizar a licitação ou o edital de chamada pública para a aquisição dos alimentos e, por fim, a prestação de contas. As redes de ensino precisam, ainda, promover ações de educação alimentar e nutricional (EAN) para a formação de hábitos saudáveis e sustentáveis que impactam os estudantes e suas famílias.
“Nosso programa de alimentação escolar não apenas garante que crianças tenham acesso a refeições saudáveis, mas também desempenha um papel crucial na educação alimentar e nutricional dentro e fora das escolas”, afirma a presidente do FNDE, Fernanda Pacobahyba. “Levamos ações que promovem a sustentabilidade e, com a agricultura familiar, fazemos um resgate histórico de culturas e hábitos alimentares tradicionais. Respeitando as características e diferenças de cada região, estimulamos o desenvolvimento local e garantimos alimentos frescos e saudáveis para os nossos estudantes. Um exemplo belíssimo é o açaí, inserido na alimentação escolar das regiões do Norte do Brasil.”
Agricultura familiar
Por determinação legal, no mínimo, 30% dos alimentos adquiridos devem vir da agricultura familiar. Isso garante uma refeição de alto valor nutricional, com mais alimentos frescos e de qualidade, bem como a geração de emprego e renda no campo, o resgate de tradições alimentares locais e a preservação da biodiversidade. O intuito é enfrentar a má nutrição, promover a segurança alimentar e nutricional, além de limitar o consumo de alimentos processados.
Exemplo para o mundo
Desde 2009, o Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, parceria do FNDE com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), têm atuado para fortalecer e consolidar os programas de alimentação escolar na América Latina e no Caribe. No âmbito deste trabalho, foi criada em 2018 a Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), uma iniciativa de cooperação para fortalecer o diálogo e o intercâmbio de experiências em torno da alimentação escolar no continente.
O PNAE será uma das iniciativas brasileiras bem-sucedidas apresentadas na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que será formalizada na Cúpula de Líderes do G20 em novembro, no Rio de Janeiro. A iniciativa estabelece um compromisso internacional a fim de obter apoio político, recursos financeiros e conhecimento técnico para implementação de políticas públicas e tecnologias sociais comprovadamente eficazes no sentido de erradicar a fome e a pobreza no mundo. Na ocasião, a experiência do Brasil com o PNAE será compartilhada com governos, organizações internacionais, instituições de conhecimento, fundos e bancos de desenvolvimento e instituições filantrópicas.
Conteúdo publicado pelo Ministério da Educação do Brasil e adaptado para a RAES.