A cooperação em alimentação escolar e a Rede de Alimentação Escolar Sustentável estiveram entre os tópicos mencionados na reunião regional
Brasília, 13 de setembro de 2023 – No Dia das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul, celebrado em 12 de setembro, ocorreu em Brasília, Brasil, a 4ª Reunião do Comitê Consultivo do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO.
A reunião foi inaugurada pelo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), QU Dongyu, e pelo diretor da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), embaixador Ruy Pereira.
Há 15 anos, o Governo do Brasil e a FAO trabalham pelo desenvolvimento sustentável, humano e institucional em vários países da América Latina e do Caribe.
O diretor-geral da FAO falou sobre o futuro da parceria entre a FAO e o Governo do Brasil e destacou a importância de incluir novos parceiros, temas e regiões geográficas. Em relação à data da Cooperação Sul-Sul (CSS), QU Dongyu afirmou que esse tipo de parceria se baseia em três elementos fundamentais: solidariedade, equidade e alianças.
Ele também enfatizou a importância da CSS para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Dongyu destacou ainda o papel do Brasil na liderança de uma agenda internacional de combate à fome e à pobreza. “Vamos olhar para o futuro. Definir como podemos cooperar de forma complementar”, disse ele.
Por sua vez, o diretor da ABC/MRE disse que o objetivo da parceria é continuar contribuindo “cada vez mais para a ampliação e difusão do conhecimento entre os parceiros, em processos de aprendizado mútuo”.
Pereira enfatizou o papel fundamental das instituições brasileiras parceiras da Agência na implementação de projetos de cooperação internacional para o desenvolvimento. “São as instituições brasileiras que, na prática, concretizam o programa de parceria. São elas que vão para o terreno”, observou o embaixador. “O Brasil lidera as ações de cooperação internacional para o desenvolvimento econômico e social”.
Alimentação escolar
O embaixador também afirmou que o Brasil é um referência mundial na política de alimentação escolar, um título obtido devido à decisão de vincular o tema à visão do Direito Humano à Alimentação Adequada e à iniciativa de fortalecer o papel da agricultura familiar como elemento chave no fornecimento de alimentos para o ambiente escolar.
Sobre a Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES) e o trabalho em alimentação escolar que já vem sendo desenvolvido desde 2009, Pereira acrescentou que 21 países já participaram de atividades dessa rede. “São seminários, intercâmbios, capacitações e outras formas importantes de intercâmbio de conhecimento e boas práticas em prol da elevação dos padrões e resultados de suas respectivas políticas nacionais de alimentação escolar”.
“O compromisso do Brasil de apoiar outros países no fortalecimento de suas políticas de Alimentação Escolar (AE) é fruto da convicção sobre a importância desta ferramenta estruturante, que promove o direito de todos a uma alimentação adequada e saudável”, afirmou o diretor da ABC.
Agendas futuras com instituições parceiras
Durante o encontro, instituições brasileiras associadas na implementação de projetos de cooperação com a FAO discutiram possíveis temas da agenda atual do governo brasileiro que poderiam integrar uma nova fase do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO. Entre os principais temas estão: apoio à agricultura familiar; abastecimento e comercialização de alimentos; inteligência e gestão territorial; acesso a alimentos saudáveis e refeições escolares; e políticas agroambientais e desenvolvimento sustentável.
Nos próximos meses, espera-se que a ABC e a FAO se reúnam para elaborar um novo marco lógico para o programa de cooperação, ou seja, a definição da abordagem metodológica utilizada principalmente em projetos de desenvolvimento e gestão para garantir o planejamento, acompanhamento e avaliação eficazes do progresso dos projetos e seu impacto.
Dentro do âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, o novo marco lógico poderá incluir novos temas e parceiros, além de novas dinâmicas para a continuidade dessa bem-sucedida parceria.
