São atendidos 1.820 estudantes na educação pública na cidade.
Paulo Beraldo
Brasília, Brasil, 10 de fevereiro de 2025 – Desde 2016, todas as nove escolas da rede municipal de Capitão Leônidas Marques, no interior do Paraná, no sul do Brasil, implementam ações de educação alimentar e nutricional (EAN) em suas práticas pedagógicas, graças a uma portaria municipal que regulamentou o projeto Alimentação Saudável. O projeto visa à educação alimentar e nutricional vinculada a todos os conteúdos trabalhados no ensino fundamental e na educação infantil, levando o trabalho não somente para a comunidade escolar, mas para toda população de cerca de 15 mil habitantes.
“Buscamos dar continuidade às ações desenvolvidas no nosso programa de alimentação escolar e promover a construção de conhecimento crítico em relação à alimentação e nutrição”, explica a nutricionista Élister Balestrin, que atua no programa do município. São atendidos 1.820 estudantes na educação pública em Capitão Leônidas Marques.
Na cidade, todas as escolas organizam no mês de outubro alguma atividade para comemorar o Dia Mundial da Alimentação, data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A divisão de alimentação escolar municipal elabora um projeto com sugestões de programação, a partir do tema definido anualmente pela FAO, para que as escolas desenvolvam suas atividades. “Todas as unidades realizam, os professores se envolvem, a coordenação pedagógica, os estudantes, os pais e as mães, os agricultores familiares que fornecem os alimentos”, comenta a nutricionista.
Segundo Élister, o planejamento das ações de EAN levam em consideração a necessidade de estimular a participação dos estudantes com enfoque prático e teórico, ressaltando a importância dos alimentos, da alimentação de qualidade e dos riscos da má nutrição, dentro da perspectiva da alimentação adequada e saudável como direito humano.
EAN: das escolas para as casas
Entre as ações desenvolvidas nas unidades escolares estão: mobilização de profissionais da educação e estudantes em práticas de EAN; ensino de aspectos sociais, culturais, geográficos e históricos da produção dos alimentos; fortalecimento das relações de convivência escolar; abordagem do tema da alimentação e seu contexto nas aulas; formação de multiplicadores de ações de EAN; promoção da discussão sobre o desenvolvimento sustentável, meio ambiente, mudanças climáticas, desperdício de alimentos, uso de solo e agroecologia; e valorização da agricultura familiar, entre outros. “Nós queremos que os estudantes levem seus conhecimentos para as casas e compartilhem com suas famílias”, afirma Élister.
A nutricionista explica que o município tem forte relação com a agricultura familiar local e aplica 100% do recurso federal recebido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) na compra de alimentos de agricultores familiares da região. Atualmente, 27 famílias vendem seus produtos para a alimentação escolar da rede municipal de ensino.
“Os agricultores familiares são incentivados a participar nas ações de EAN. Eles são sempre reconhecidos e valorizados. Trazemos os produtores para dentro das escolas e levamos os estudantes para visitarem as propriedades onde são produzidos os alimentos que comem. É um momento de despertar curiosidades, muito feliz e grato para os dois lados”, comenta.
A experiência de Capitão Leônidas Marques ganhou projeção nacional e internacional com a participação da cidade no reality show ‘Merendeiras do Brasil’, organizado pelo FNDE para dar visibilidade à política de alimentação, às merendeiras e às nutricionistas que integram o PNAE. Em setembro de 2023, a cidade apresentou a sua experiência em um evento na cidade do Panamá, organizado pela Cooperação Internacional Brasil-FAO.
A Rede de Alimentação Escolar Sustentável trabalha para difundir experiências bem sucedidas, divulgue a sua também.
