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Jorge Ulises González: ‘Mudamos o paradigma da alimentação escolar na América Latina e no Caribe’

Consultor regional da FAO para programas regionais de alimentação saudável deu entrevista para a plataforma RAES

“A mudança de paradigma de programas focados na assistência alimentar para programas que realmente tenham uma abordagem de direitos, especialmente o direito humano à alimentação adequada, é o principal avanço na alimentação escolar na América Latina e no Caribe”, avaliou em entrevista à plataforma da Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), o consultor regional da FAO para programas de alimentação saudável, Jorge Ulises González.

González, que há 15 anos trabalha em programas relacionados à alimentação escolar, alimentação saudável e apoio à nutrição, aponta que os países da ALC precisam implementar práticas que permitam aproximar e trocar experiências bem-sucedidas entre si, na formulação de políticas públicas, processos de diálogo e outras ações com resultados que contribuam para o alcance da meta do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2: Fome Zero.

“Esta metodologia de trabalho da Cooperação Técnica do Brasil em aproximar os países das experiências é extremamente relevante, em termos de gestão, administração de recursos, contratações públicas, monitoramento e acompanhamento”, avalia. “Hoje os países falam sobre vincular a alimentação escolar aos objetivos do desenvolvimento sustentável e a contribuição que os programas de alimentação escolar podem dar.”

“Os intercâmbios permitem que a região não se veja como uma ilha, que cada país tenha sua própria agenda, mas que a harmonia entre os países seja alcançada. Essa rede permite que os processos de cada um dos países melhorem e fortaleçam a região. Em suma, é uma situação vantajosa para todos os países.”

Para Jorge, a alimentação escolar percorreu um longo caminho desde a implantação do trabalho da Cooperação Brasil-FAO na alimentação escolar, que começou em 2009 com o apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

O especialista da FAO define a cooperação técnica brasileira como uma plataforma onde os países podem ver com transparência o que está acontecendo dentro do PAE no Brasil, conhecer essas boas práticas e integrá-las, melhorando suas políticas públicas. 

“Houve grandes avanços em termos de instituições e marcos legais. Vários países da região aprovaram legislações, outros melhoraram suas políticas públicas, aumentaram seu orçamento para atender a demanda de alimentação escolar. E no monitoramento e acompanhamento, os países investiram sobretudo na prestação de contas”, explica.

Para Jorge Ulises, um aspecto altamente relevante é a inclusão da nutrição. “A alimentação escolar não deve ser planejada com base em um orçamento. Deve ser planejada com base na melhoria da nutrição.”